Com 56 anos, Dino tem um estilo peculiar de trabalho, elaborando seus votos a partir de anotações feitas à mão. Durante as sessões do STF, algumas de suas declarações chamaram atenção, como quando afirmou que certos militares envolvidos nos ataques à democracia “são mais apaixonados por suas armas do que por seus cônjuges”. A postura combativa rendeu-lhe simpatia entre setores progressistas e reabriu discussões sobre seu futuro político.

Apesar do burburinho em torno de seu nome, a definição sobre o candidato da esquerda em 2026 ainda está nas mãos do presidente Lula. Com 81 anos na próxima eleição, Lula pode decidir concorrer novamente ou optar por um sucessor dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que disputou a Presidência em 2018.

Outro fator que pode influenciar Dino a não entrar na corrida presidencial é sua posição no STF. Nomeado em 2023, ele tem a possibilidade de permanecer na Corte até 2044, o que lhe garantiria um papel de influência por quase duas décadas. Deixar o Supremo para uma nova candidatura presidencial seria um movimento arriscado, principalmente diante da imprevisibilidade do cenário político nacional.

A favor de Dino, pesa sua trajetória nos três Poderes: já foi juiz, deputado federal, governador e agora ministro do STF. Seu desempenho nos embates públicos e sua capacidade de articulação política foram destacados pelo marqueteiro Pablo Nobel, responsável pelas campanhas de Tarcísio de Freitas e Javier Milei. Em entrevista ao “Estadão”, Nobel apontou o magistrado como “o melhor nome da esquerda para 2026”, destacando sua oratória afiada e forte presença nas redes sociais.