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Envenenado: “Não sai da prisão nesta vida”, diz delegado sobre suspeita

Deise Moura dos Anjos é acusada de triplo homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio. A investigação aponta envenenamento como causa das mortes e tentativa de homicídios em um evento familiar.
Envenenado: “Não sai da prisão nesta vida”, diz delegado sobre suspeita. Foto: Reprodução
Envenenado: “Não sai da prisão nesta vida”, diz delegado sobre suspeita. Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul revelou na manhã desta sexta-feira (10) que a morte de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise Moura, foi causada por envenenar, introduzido no leite em pó, e não na farinha, como inicialmente suspeitado no caso do bolo. Deise, que está presa desde o dia 5 de janeiro, é acusada de triplo homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio, após envenenar um bolo em uma confraternização familiar na véspera de Natal de 2024, que matou três pessoas e deixou outras duas hospitalizadas.

Em entrevista coletiva, o delegado Heraldo Chaves Guerreiro afirmou que as provas apontam para a gravidade do caso e a ausência de possibilidade de soltura para Deise. “Com base nas evidências, Deise não sairá da cadeia nesta vida”, disse o delegado.

O caso, nomeado “Operação Acqua Toffana”, chamou atenção pela crueldade e pela forma insidiosa de execução do crime, com o veneno sendo introduzido de maneira discreta. Rafael Paiva, especialista em direito criminal, explicou à que o envenenamento em um homicídio é considerado um agravante, tornando o crime mais reprovável. “A pena para homicídio qualificado pode variar de 12 a 30 anos, dependendo das circunstâncias, e com a natureza do envenenamento, a pena pode ser ainda maior”, afirmou o especialista.

O envenenamento é um crime hediondo, e sua gravidade aumenta a pena de prisão, dificultando a progressão do regime penal e impedindo benefícios como fiança ou anistia. De acordo com Paiva, o uso de veneno como forma de execução do crime reforça a ideia de que a vida humana é inviolável e deve ser protegida a todo custo.

O perfil frio e calculista de Deise, revelado durante as investigações, foi confirmado pelo delegado Marcos Veloso. “Ela sempre tinha uma resposta pronta e procurava manipular a opinião da família”, afirmou o delegado. Mensagens reveladas nas investigações mostram Deise se referindo à morte de seu sogro de forma insensível, como se não houvesse culpados. Isso reforça a tese de que ela teria agido com frieza e planejamento ao cometer o crime.

A gravidade do caso de envenenamento ilustra as consequências de um ato de tamanha crueldade, não apenas para as vítimas, mas também para o criminoso, que se vê condenado a uma longa pena em virtude da natureza perversa do crime.