Os títulos do Tesouro atrelados à inflação, como o IMA-B 5, tiveram alta de 0,65% em fevereiro e acumulam 2,55% no ano. Os prefixados, medidos pelo IRF-M, registraram ganhos de 0,61% no mês e 3,20% no período, superando a Selic e o CDI. Apesar desse bom desempenho, a rentabilidade ainda não ultrapassou os juros de referência da economia em 2024.
Enquanto isso, o Ibovespa encerrou fevereiro com uma queda de 2,64%, puxado principalmente pelo recuo de 3,87% das small caps e de 5,51% no setor de consumo. O setor imobiliário, por outro lado, continua liderando com valorização de 7,26%. O Ifix, indicador de fundos imobiliários, avançou 3,34% no mês, mas tem ganhos tímidos de 0,17% em 2025. Já o dólar teve alta de 1,35% em fevereiro, embora acumule queda de 4,26% no ano.
Especialistas apontam que a recente melhora na renda fixa se deve à reavaliação do mercado sobre o ciclo de juros. Segundo Rafael Bisinha, do Citi Brasil, os impactos da alta da Selic começam a aparecer, permitindo um ajuste mais equilibrado das taxas. O mercado já não enxerga necessidade de elevar a Selic para patamares extremamente altos, o que impulsionou os títulos públicos e reduziu o pessimismo com os ativos locais.
No cenário internacional, a política comercial dos Estados Unidos sob o comando de Donald Trump gerou apreensão, mas sua abordagem inicial foi menos agressiva do que o esperado. Ainda assim, a imposição de tarifas a importações do México, Canadá e China pode impactar a economia global. Paralelamente, a redistribuição de investimentos, impulsionada pelo temor sobre a concorrência da DeepSeek com a Nvidia, favoreceu mercados emergentes como o Brasil.
Diante desse ambiente incerto, a renda fixa segue como a opção mais segura para investidores conservadores e moderados. Títulos públicos, CDBs e LCIs continuam atraentes, enquanto o crédito privado exige maior cautela. Para quem busca um pouco mais de risco, ações de bancos, energia elétrica e commodities aparecem como apostas estratégicas para equilibrar os portfólios em 2025.