Com parecer médico especializado, há uma recomendação clara: a constância e a intensidade do tratamento são fundamentais para estimular a neuroplasticidade — a capacidade do cérebro de se desenvolver e se reorganizar por meio de estímulos repetitivos. No entanto, apesar de uma liminar favorável já concedida pela Justiça, a família afirma que o município não tem cumprido integralmente a decisão.
Segundo os relatos, o setor de saúde municipal teria alegado que “o excesso de estímulos pode ser prejudicial à criança”, argumento que vai de encontro ao posicionamento do neurologista responsável e de especialistas na área. Ainda de acordo com os familiares, foi orientado que o acompanhamento fosse feito apenas em casa — o que se torna inviável sem os equipamentos e recursos necessários, como andador adaptado, parapodium, talas, roupas e brinquedos sensoriais. Todos esses itens têm alto custo e ainda não foram fornecidos.
Outro ponto preocupante é a falta de nutricionista. A justificativa apresentada seria de que Lucca utiliza suplemento via sonda. No entanto, a família questiona: quem está realizando o cálculo calórico? Quem avalia o ganho de peso e controla os níveis vitamínicos da criança? A própria sonda alimentar, garantida por liminar, ainda não foi entregue até o momento, segundo os responsáveis.
Além disso, o transporte oferecido cobre apenas dois deslocamentos semanais até a AACD, o que, conforme os especialistas, é insuficiente para o tratamento adequado de uma criança que requer assistência intensiva e contínua.
A situação tem gerado comoção na comunidade. Diversos moradores se mobilizam para dar visibilidade ao caso e cobrar providências. Um cidadão, que preferiu não se identificar, declarou: “Na época da eleição, autoridades visitaram Lucca, se mostraram emocionadas e prometeram apoio. Hoje, vemos uma realidade completamente diferente. É lamentável.”
A família agora clama por atenção, respeito e, acima de tudo, pelo direito constitucional à saúde. O caso de Lucca não é apenas um apelo pessoal — é um alerta sobre a urgência de garantir, na prática, o que a legislação brasileira assegura no papel. O Estatuto da Criança e do Adolescente é claro: toda criança tem direito à vida, à saúde e à dignidade.
Atualizando, 20:32 : Municípe comenta que, “Ontem depois da postagem, ligaram falando que a sonda tinha chegado.”