Por André Moreira
Mas convenhamos: esse nem é o ponto central.
O problema de Salesópolis não é a gestão do Mercadão — é a ausência de público.
Há anos bato nessa tecla: falta planejamento, falta estratégia e, principalmente, falta ação do COMTUR, o Conselho Municipal de Turismo, que é o fiador das obras e projetos turísticos, mas se mantém num confortável silêncio institucional.
Não cobra, não orienta, não propõe. Apenas assiste, talvez acreditando que turismo se faz com boas intenções e reuniões esporádicas.
Enquanto isso, o cenário se repete.
Temos a tirolesa, que virou símbolo de um projeto que prometia ser a solução… e acabou esquecida, com a obra paralisada.
Temos o turismo religioso, o santuário que seria um divisor de águas — e nunca conseguiu decolar.
Voltando ao Mercadão: é inegável que o entorno ficou bonito.
Mas o turista que chega logo enfrenta a pergunta que ninguém responde — onde estacionar?
As vagas de estacionamento são ocupadas por uma loja de veículos entre outros comerciantes, o que transforma o local em vitrine automotiva, e não em ponto turístico.
E o básico?
Há anos cobro algo simples: a atualização do cadastro de meios de hospedagem e restaurantes no site da Prefeitura.
Até hoje, informações desatualizadas. Como atrair visitantes se nem sabemos apresentar o que temos?
Salesópolis não tem uma identidade turística clara.
Não tem foco, não tem narrativa, não tem rumo.
O problema, dizem, era uma agência de turismo que, há mais de dez anos, deixou a frente do turismo na cidade. Desde então, o turismo passou para outras mãos… mas o resultado segue o mesmo: muito discurso, pouca prática.
Enquanto isso, a cidade que poderia viver do turismo continua apenas sobrevivendo dele.
 
								
 




