Brincar é um direito universal de toda criança, com ou sem deficiência. No entanto, esse direito pode ser colocado em risco quando espaços públicos e brinquedos adaptados são utilizados de forma indevida. É o que tem acontecido em Biritiba Mirim, onde brinquedos exclusivos para cadeirantes, instalados em praças públicas, vêm sendo alvo de uso inadequado — o que além de causar danos ao equipamento, pode gerar acidentes graves.
O município conta atualmente com três balanços adaptados para crianças com deficiência física, instalados nas praças dos bairros Jardim dos Eucaliptos, Vista Alegre e Cruz das Almas. Esses brinquedos foram projetados para garantir acessibilidade, segurança e autonomia, permitindo que a criança permaneça em sua cadeira de rodas durante a brincadeira. O uso, no entanto, deve ser sempre supervisionado por um adulto e é restrito a usuários com mobilidade reduzida.
Apesar disso, tem sido comum observar pessoas utilizando os brinquedos de maneira indevida — pulando sobre a estrutura, tentando balançar sem a cadeira de rodas ou forçando os encaixes. Esse comportamento, além de perigoso, fere o propósito de inclusão. Acidentes como quedas, ferimentos e até riscos mais graves já foram registrados em situações assim.
“Quando um brinquedo adaptado é danificado, ele deixa de cumprir seu papel. A criança com deficiência é diretamente prejudicada, pois perde o acesso a um espaço que deveria ser inclusivo. É uma exclusão silenciosa, mas muito real”, alerta nota da Prefeitura de Biritiba Mirim.
A instalação desses brinquedos segue diretrizes internacionais, como a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (ONU), e leis nacionais como o Estatuto da Criança e do Adolescente. Portanto, sua preservação não é apenas uma questão de bom senso — é também uma obrigação legal e moral de todos.
Pais, responsáveis, educadores e a comunidade em geral têm papel fundamental nesse cuidado. Ensinar as crianças sobre respeito, empatia e uso consciente dos espaços públicos é essencial para garantir que o brincar seja de fato um direito para todos.
Preservar é incluir. Vamos cuidar dos brinquedos adaptados com responsabilidade e carinho — por um futuro mais igual, seguro e feliz para todas as crianças.
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