A revelação gerou reações diversas entre membros do Judiciário e do Legislativo, alimentando discussões sobre os limites das atribuições judiciais e os mecanismos de controle político.
Segundo a Folha, o gabinete de Moraes teria solicitado, de forma extraoficial, ao setor de combate à desinformação do TSE que investigasse ações de desinformação durante e após as eleições de 2022. Em resposta, colegas de Moraes no STF defenderam suas ações, afirmando que ele tem agido de maneira consciente e correta, e que as trocas de mensagens com funcionários são normais e não se comparam ao episódio conhecido como “Vaza Jato”, que expôs comunicações entre o ex-juiz Sérgio Moro e membros do Ministério Público.
Paralelamente, a oposição no Congresso Nacional tem se mobilizado para apresentar um pedido de impeachment contra Moraes. Deputados de centro e da oposição ao governo federal já coletaram 65 assinaturas para protocolar o pedido, alegando que o ministro teria “atropelado ritos processuais legais” para obter informações que subsidiariam inquéritos contra os chamados golpistas de janeiro de 2023.
No Senado, porém, o presidente Rodrigo Pacheco tem adotado uma postura cautelosa. Fontes próximas indicam que ele não pretende pautar o pedido de impeachment contra Moraes, argumentando que ainda não há elementos suficientes para dar prosseguimento ao processo. Até o momento, mais de 20 pedidos de impeachment contra o ministro estão parados na Presidência do Senado.
Além disso, o Partido Novo apresentou uma queixa-crime à Procuradoria-Geral da República contra Moraes, acusando-o de falsidade ideológica e formação de quadrilha. A legenda argumenta que as conversas reveladas mostram uma participação ativa do ministro na criação de relatórios que poderiam ser utilizados como provas em investigações sobre crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Em nota oficial, o gabinete de Alexandre de Moraes negou qualquer irregularidade, afirmando que todos os procedimentos foram oficiais, regulares e devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com a participação integral da Procuradoria-Geral da República.
A situação permanece tensa, com a expectativa de que novos desdobramentos ocorram à medida que mais informações sejam divulgadas e que o Congresso avance na coleta de assinaturas para o pedido de impeachment. Enquanto isso, Moraes continua a receber apoio de seus colegas do STF e de outros membros do Judiciário, que destacam sua serenidade diante das acusações.